domingo, 21 de junho de 2015

Análise tática: Santos vence o Corinthians 

Em dia de homenagem à Zito, Peixe domina o primeiro tempo e abre o placar. Na segunda etapa, uma expulsão para cada lado e pressão do Timão


O Santos venceu o Corinthians por 1 a 0 na Vila Belmiro em um clássico de dois tempos bastante diferentes. No primeiro tempo, poucas chances para ambos os lados e um jogo com muita marcação, já na segunda etapa, os dois times ficaram com 10 jogadores e o Timão foi pra cima, enquanto o Peixe, que homenageou o ídolo Zito que entre 1952 e 1968 nunca perdeu para o time de Parque São Jorge, apostou nos contra ataques.

Os primeiros 45 minutos, apesar de pouca criação, tiveram um domínio santista que não tinha seus dois principais jogadores, Robinho e Lucas Lima. Mesmo assim, a equipe da casa não se intimidou e armada em um 4-2-3-1(figura abaixo) tentou propor o jogo desde o início, abrindo o placar logo aos 9 minutos com Ricardo Oliveira em ótima enfiada do volante Rafael Longuine. Não demorou para o Santos ampliar com Geuvânio, mas o camisa 11 estava impedido e o gol foi bem anulado.

Santos atacando armado no 4-2-3-1 e com boa chegada de Longuine à frente

Já o Timão, veio com o 4-1-4-1 (figura abaixo) e sofreu durante todo o primeiro tempo com um problema já recorrente neste Campeonato Brasileiro, a saída de bola. Assim como no Dérby contra o Palmeiras em Itaquera, o time teve seus dois laterais, Uendel e Fágner muito bem marcados pelo adversário, o que deixou a equipe de Tite com apenas duas alternativas: a ligação direta por chutão ou a transição da defesa para ataque através do passe de Ralf que, sozinho à frente da zaga, não conseguia executar bem a função.

Corinthians atacando no 4-1-4-1. Laterais bem marcados e Ralf não consegue sair jogando

Na segunda etapa, Tite fez a primeira alteração com apenas 12 minutos, mas a entrada de Luciano no lugar de Petros não alterou o time taticamente e o problema com a saída de bola se manteve. O Santos, mais recuado, apostava no contra ataque e na velocidade de Geuvânio e Gabriel que teve um gol anulado antes dos 16 minutos, quando Chulapa também mexeu na equipe sem alterá-la taticamente, promovendo a entrada de Neto Berola no lugar de Gabigol

O jogo só mudou mesmo aos 24 minutos, quando ocorreu a primeira expulsão. Rafael Longuine fez falta em Luciano e recebeu o segundo cartão amarelo, obrigando os dois técnicos a mexerem praticamente ao mesmo tempo. Tite arriscou abrindo sua equipe e mudou completamente o desenho tático do time ( figura abaixo) com a entrada de Danilo no lugar Edu Dracena. Chulapa respondeu na mesma moeda e trocou Marquinhos Gabriel por Thiago Maia, fechando de vez o Santos no campo defensivo.

Corinthians passa para um 4-3-3, com Ralf indo para a zaga, mas esquema dura pouco tempo

Entretanto, no lance seguinte, Fágner pôs fim aos planos do técnico corinthiano ao também ser expulso. O lateral recebeu o segundo amarelo por matar o contra ataque santista com uma falta em Neto Berola. Tite foi obrigado a voltar atrás ( figura abaixo) e colocar Edílson no lugar Mendoza para recompor o sistema defensivo, enquanto o técnico santista sacou Geuvânio para a entrada de Leandrinho.

Santos recuado e Corinthians pressiona muito ao final da partida. Renato Augusto é primeiro volante

Foi justamente aí, por dois fatores essenciais, que o Timão passou a jogar um bom futebol e pressionar o Peixe (figura acima). O primeiro deles, se deve ao fato de o Santos já não conseguir mais marcar com tanta eficiência os laterais corinthianos. Edilson inclusive, chegou a acertar um belo chute na trave. O segundo ponto decisivo, se deveu ao fato de que Renato Augusto passou a ocupar a posição do camisa 5 Ralf, que foi deslocado para a defesa. Desta forma, o Timão passou a ter uma saída de bola eficiente e com a transição rápida entre defesa e ataque, pressionou os santistas pelo gol de empate.

Apesar de Luciano também conseguir finalizar uma chance na trave, o Corinthians não conseguiu superar a retranca santista e acabou sendo derrotado. Para o Santos, a vitória foi mais do que especial, representou a fuga do Z-4, a saída corinthiana do G-4 e uma homenagem ao ídolo Zito como deveria ser: com vitória.