Após cinco rodadas, azarões estão na liderança: cavalo paraguaio ou mostra de competência?
O que Atlético Paranaense e Ponte Preta tem em comum para estarem liderando o Campeonato o Brasileiro
Quando o Brasileirão começou, poucas pessoas diriam que Atlético Paranaense e Ponte Preta brigariam na parte de cima da tabela e nem o mais fanático torcedor poderia imaginar que os dois clubes liderariam o campeonato, no entanto, cinco rodadas se passaram e o cenário é exatamente esse. Se a surpresa é tão grande assim (e é mesmo!), como explicar o sucesso dos dois times até aqui?
O Furacão e a Macaca apresentam um futebol moderno e compacto, sem nenhuma grande revolução, mas que aplica durante a partida um conceito de jogo muito bem treinado e pré definido adaptando seus jogadores as características da formação tática. Comecemos pelo sistema ofensivo: ambas tem centroavantes sem tanta mobilidade, mas com liberdade para se movimentar e entrar na área, caso de Diego Oliveira e Cléo.
Já no meio campo, dois pontas rápidos e dribladores, são importantíssimos para abrir a defesa adversária e puxar os contra ataques. No Atlético, quem faz a função é a dupla Douglas Coutinho, centroavante de origem e Nikão, com dois gols e uma assistência no Brasileiro e que tem passagem pela Ponte Preta onde costumava atuar mais centralizado. Pelo meio, o papel de armação das jogadas fica a cargo de Walter, o gordinho já tem uma assistência na competição e apesar de ser outro centro avante de origem, atua próximo a Cléo e com boa visão de jogo, deixa os companheiros na cara do gol frequentemente.
Utilizando-se do mesmo sistema de jogo, a Ponte tem Felipe Azevedo ex-Sport atuando pela direita e Biro Biro pela esquerda, jogador que pertence ao Fluminense e foi muito bem no Campeonato Paulista. O cérebro da equipe é Renato Cajá, melhor jogador do campeonato até aqui, o camisa 10 tem dois gols e duas assistências na competição, é o dono das bolas paradas e já desperta o interesse de outros clubes pelas ótimas atuações.
No sistema defensivo, as duas equipes usam linhas próximas e fixas, fazendo a marcação nos últimos 30 metros de seu campo defensivo. Na primeira linha de 4 homens, as duas equipes tem um jogador com ótimo apoio ao ataque, Natanael é o lateral esquerdo do Atlético e Rodinei o direito da Ponte. Já na segunda linha com cinco marcadores, a recomposição do meia central é fundamental para a marcação da equipe. Por fim, dois bons goleiros dão segurança à defesa, Marcelo Lomba e Wéverton.
A percepção das características de cada jogador é essencial para a definição da equipe e escolha da formação a ser utilizada e este é sem dúvida o principal mérito de Milton Mendes, técnico do Furacão e Guto Ferreira da Macaca. Agora é esperar para ver se o Atlético tem elenco suficiente para manter o ritmo no campeonato e se a Ponte Preta irá continuar a apresentar um bom futebol mesmo com uma possível saída de Renato Cajá para o Cruzeiro.