domingo, 14 de junho de 2015

Dois times diferentes: Palmeiras vence o Fluminense

Alviverde joga muito mal na primeira etapa, mas sufoca o Flu no segundo tempo e consegue a vitória. O que mudou no intervalo? Arrancada vem aí?


Foi no sufoco, mas o Palmeiras derrotou o Fluminense de virada no Allianz Parque pelo placar de 2 a 1. O público de mais de 26 mil pagantes pôde ver duas equipes diferentes vestindo a camisa verde: no primeiro tempo, um time que errou muitos passes e sofria com a velocidade dos garotos de Xerém Vinicius e Gérson, já na segunda etapa, um time que sufocou o Tricolor das Laranjeiras e poderia ter feito ainda mais gols.

Mas como se deu tamanha mudança na atuação da equipe entre um tempo e outro? Para começar, o fato de o Palmeiras jogar com um a mais desde a expulsão de Magno Alves, corretíssima já que o veterano agrediu o volante Gabriel, aos 15 minutos do segundo tempo, explica parte da retomada alviverde. Porém, o Palmeiras pressionava desde o primeiro minuto da segunda etapa e já poderia ter virado o placar. Para entender como o time se organizou no segundo tempo, é preciso analisar a (fata de) organização tática do primeiro.

Alberto Valentim, técnico interino, armou o alviverde inicialmente sem um jogador de referência no ataque e com isso, Dudu e Rafael se alternavam nas chegadas a área adversária. O problema óbvio neste caso é que Dudu não tem nenhuma características física ou técnica para fazer o papel de centroavante, enquanto Rafa, apesar do bom porte físico, insiste em jogar pelos lados do campo. A equipe mandante, portanto, tinha a maioria do tempo de posse de bola como lhe é comum, porém, não conseguia penetrar na defesa carioca.

Fluminense fechadinho num 4-5-1 e Palmeiras sem penetração na defesa

O Flu por sua vez, se armava defensivamente em um 4-5-1 (figura acima) e apostava no posicionamento de Magno Alves e na velocidade de Vinícius e Gérson para tirar sua equipe da defesa e armar contra ataques. A jogada, por mais de uma vez, quase deu certo, mas Fernando Prass saiu bem do gol sendo obrigado a jogar quase como líbero para impedir que os garotos pegassem a bola.

Entretanto, com a posse de bola o tricolor fazia a transição para um 4-3-3 (figura abaixo) e no terceiro lançamento de seus volantes, Magnata foi à linha de fundo e rolou para Vinícius que não alcançou, mas a bola chegou para Jean acertar um belo chute e abrir o placar. No último lance do primeiro tempo, Rafael Marques fez o gol de empate.

Fluminense fazia a transição do 4-5-1 para o 4-3-3 quando ia ao ataque

No intervalo, o mérito de Alberto Valentim foi não esperar o início da segunda etapa para fazer a primeira alteração na equipe, algo que irritava muito os palmeirenses quando Oswaldo de Oliveira ainda estava no comando. O interino promoveu a entrada do estreante Alecsandro no lugar do veterano Zé Roberto e dessa forma, mudou o rumo do jogo.

A diferença não se deu simplesmente pela entrada do camisa 21, que fez ótima partida, mas a presença de uma referência na área, permitiu que Cleiton Xavier atuasse mais centralizado armando o time e Dudu e Rafael Marques voltassem as posições que estão acostumados: meia pela esquerda e pela direita, respectivamente.

Palmeiras muda para um 4-2-3-1 e começa a pressionar. Flu tem Magno Alves expulso

Apesar de o Palmeiras já estar arrumado taticamente, jogando bem e pressionando o adversário, Valentim fez mais duas mudanças para tentar virar o jogo: Cleiton Xavier deixou o campo cansado para a entrada de Robinho e Cristaldo foi a campo para a saída de Arouca, deixando a equipe ainda mais ofensiva.

Valentim coloca Cristaldo e vai para o abafa. Flu só se defende

A entrada do argentino foi fundamental para a vitória do verdão, já que foi dele o gol que representou o fim de dois jejuns alviverdes: o de não vencer uma partida de Campeonato Brasileiro no Allianz Parque desde a inauguração do estádio, eram 2 derrotas e 3 empates e o de não derrotar o Fluminense há 6 anos. Valentim não escalou bem a equipe, mas teve a coragem e a visão de não demorar nas substituições, fazê-las corretamente e acertar sua equipe taticamente já no intervalo.