O caderninho de Juan Carlos Osório
Uma análise tática e os méritos do colombiano na vitória do São Paulo frente a Chapecoense: Variações táticas e adaptação de jogadores a novas posições
Osório começou o jogo com duas formações táticas diferentes, uma para quando a equipe tinha a posse de bola e outra para quando estava se defendendo. Com o tricolor no campo de ataque, a equipe se armava numa variação do 4-3-3 (especificamente 4-1-2-2-1), sendo que a função de meia pela esquerda, que por vezes virava ponta, alternava entre Carlinhos e Michel Bastos. Curiosamente, os dois são laterais de origem, entretanto, Michel já atua como meia há algum tempo, desde que se destacou no futebol francês pelo Lyon, enquanto Carlinhos só começou a atuar nesta posição sob o comando do técnico colombiano.
A formação do triângulo de meio campo com Hudson, Souza e Michel (depois Carlinhos) foi essencial para o São Paulo, uma vez que permitia uma marcação forte com Hudson preso na frente da zaga e uma saída de bola e chegada a frente com qualidade, já que Michel e Souza tem bom passe e ótima finalização de média distância e foi justamente desta forma que o tricolor abriu o placar com um chutaço do camisa 5.
Quando não tinha a bola, a equipe o Morumbi se postava em um 4-1-4-1 (figura abaixo), novamente com Carlinhos e Michel alternando posições e Hudson à frente da defesa. O fato de os jogadores de lado de campo, na segunda linha de 4, também saberem marcar, permitiu ao São Paulo recompor o sistema de marcação e sair com velocidade para o contra ataque, seja com Thiago Mendes pela direita, ou com Carlinhos/Michel pela esquerda.
São Paulo sem a bola se fechando em um 4-1-4-1
Na segunda etapa, Osório promoveu a entrada de Alexandre Pato no jogo. O atacante vive momento conturbado, já que busca a quebra de contrato com Corinthians e São Paulo na justiça, mas mesmo assim, o treinador são paulino optou pelo jogador e novamente alterou o esquema tático de sua equipe.
O esquema tático passou a ser o 4-2-3-1 (figura abaixo), sendo que a equipe não contava com um armador centralizado e sim com Pato bem próximo a Luis Fabiano e voltando para ajudar na criação das jogadas. Com a saída de Reinado, Carlinhos foi deslocado para a lateral esquerda e Michel ficou fixo pela meia. Já Hudson, pôde contar mais com a participação de Souza na marcação, já que o volante ficou mais preso na defesa.
A entrada de pato mudou a forma de o time jogar
Já no final da partida, Wesley entrou no lugar de Hudson e Carlinhos, com problemas físicos, deu lugar ao lateral direito Auro. Contudo, a revelação de Cotia não entrou na função que está acostumado e a equipe se moldou em um 4-4-2 clássico (figura abaixo). Foi este o quarto e ultimo esquema do novo técnico são paulino na partida.
Tricolor terminou o jogo em um 4-4-2 clássico
Thiago Mendes pela primeira vez no confronto, passou à sua posição de origem e formou a dupla de volantes com Souza. Michel Bastos também voltou à posição que lhe projetou no futebol ainda nos tempo de Figueirense quando era lateral esquerdo e Wesley foi o responsável por aparecer na meia e ajudar na marcação por aquele lado. Mesma função de Auro só que pelo outro lado do campo, enquanto que no ataque, Pato e Luis Fabiano trocavam de posição a todo o momento e abriam o jogo para buscara tabela.
Ver tantas e tamanhas variações táticas em uma mesma partida, faz o questionamento a respeito de os técnicos brasileiros estarem desatualizados, ainda mais plausível. É bem verdade que o futebol apresentado não foi brilhante, mas o São Paulo tirou a invencibilidade da Chapecoense na Arena Condá, onde tinha 100% dos pontos neste Brasileirão e seu treinador deu uma aula de leitura tática. Ademais, o que realmente brilha neste momento, é a primeira colocação Tricolor.