sábado, 27 de junho de 2015

O que acontece no DM e preparação física do Palmeiras?

O que acontece no DM e preparação física do Palmeiras?

Neste ano, de 35 jogadores do elenco, apenas 12 não sofreram com problemas físicos. Valdivia e outros atletas simbolizam problema alviverde


Na ultima quinta feira (25) foi anunciado que Alecsandro, atacante do Palmeiras, tem uma contusão na coxa esquerda, mais especificamente no músculo reto femoral, e deverá desfalcar o Verdão por pelo menos 40 dias. As vésperas do clássico contra o São Paulo, a notícia da lesão do jogador recém chegado ao clube, representa não só mais um problema para Marcelo Oliveira escalar a equipe, como também uma constante no departamento médico palmeirense.

Nesta temporada, de todos os 35 jogadores do elenco profissional, citados no próprio site oficial do clube, apenas 12 não desfalcaram o time devido a contusões musculares ou problemas físicos. Os sortudos são os goleiros Fernando Prass, Aranha, Jaílson, Fábio e Vinícius, o zagueiro Nathan, o lateral João Pedro, os volantes Andrei Girotto e Gabriel e os atacantes Ryder, Gabriel Jesus e Dudu.

Destes, apenas Prass, Egídio, Gabriel e Dudu são considerados titulares. Se levarmos em conta apenas os jogadores de linha, a situação fica ainda pior: apenas 7 de 30 atletas não se machucaram. O próprio Alecsandro, recém chegado ao clube, só ficou de fora de um jogo neste ano por conta de cansaço muscular, na metade de fevereiro, quando ainda estava no Flamengo.

Alguns casos são emblemáticos no clube. O mais visado e frequente, com certeza é do camisa 10 Valdivia. Anunciado recentemente pelo Al Wahda, o meia voltou para o Verdão em 2010 e desde sua chegada não entrou em campo 132 vezes por problemas físicos, o que representa quase 40% dos jogos disputados pela equipe. Foram 19 lesões e 17 gols nesta segunda passagem pelo clube.


O leitor mais desavisado até pode pensar que se trata apenas de um caso crônico em que o jogador já tinha tendências à problemas físicos, no entanto, até voltar ao Palmeiras, o quadro não era este. Em 2007, quando chegou ao clube pela primeira vez, o mago sofria com as pancadas e jogadas violentas dos adversários e, mesmo assim, raramente deixava de participar de um jogo por problemas musculares, situação semelhante ao que ocorria nos tempos de Colo-Colo, no Chile e Al-Ain, nos Emirados Árabes.

Valdivia leva um soco nas costas de Gavilán no confronto de 2008 entre Palmeiras e Grêmio

Valdivia não é o único que sofre com as lesões desde que chegou ao Palestra Itália. Tobio é presença constante no departamento médico e, desde as ultimas rodadas do Brasileirão do ano passado, precisa ser poupado dos treinos que acontecem no dia seguinte aos jogos, para fazer reforço muscular. Já nesta temporada, o zagueiro sofreu com contusões musculares e perdeu a confiança do ex técnico Osvaldo de Oliveira, chegando a se tornar a quinta opção para a zaga.

Cristaldo é outro dos argentinos que perdeu espaço pelas seguidas contusões na planta do pé. Cleiton Xavier teve duas lesões musculares enquanto fazia apenas treinamentos, já que não estava liberado juridicamente para atuar. Zé Roberto que, apesar da idade, não tem um histórico de contusões, ficou fora de algumas partidas na temporada por conta de dois estiramentos na coxa.

Até mesmo Alan Patrick, que só passou seis meses no clube antes de se transferir para o Flamengo, teve duas lesões musculares. O interessante é que, antes de sair do clube, a recuperação do meia foi motivo de orgulho para o departamento médico alviverde. Na ocasião, o clube optou por um tratamento inovador, em que ao invés deixar o atleta machucado em repouso até que a dor diminuísse, optava-se por mesclar trabalhos físicos e no DM imediatamente após a lesão. Com isso, imaginava-se que o atleta conseguisse se recuperar antes, regenerando o músculo em vez de apenas cicatrizar a lesão. Entretanto, poucos dias após seu retorno, Alan Patrick sofreu uma nova lesão muscular e foi afastado durante um tempo ainda maior.

Tratamento inovador do clube não funcionou para Alan Patrick. O meia se contundiu novamente

O problema certamente não é falta de investimento ou inovação. No começo do ano, o Palmeiras colocou a mão no bolso para montar uma estrutura tecnológica capaz de otimizar o trabalho de todos os setores: preparação física, fisioterapia, fisiologia, nutrição e, claro, o departamento de futebol. O coordenador científico Altamiro Bottino foi contratado em janeiro e se utiliza de GPS, drone e diversos novos métodos para mapear o elenco e tentar prevenir lesões.

O técnico recém contratado Marcelo Oliveira, traz consigo o novo preparador físico Juvenilson de Souza, que pode indicar erros na preparação alviverde e, desta forma, prevenir lesões. Com tanto investimento e tecnologia, aos torcedores só resta rezar para que alguém encontre o sapo enterrado nos campos da Academia de Futebol. Ou seriam dois?