sexta-feira, 10 de julho de 2015

Análise Tática: Corinthians vence o Atlético Parananense 

Timão faz uma partida segura e bate o Furacão por 2 a 0. Jádson foi o destaque novamente com um gol e uma assistência


O Corinthians venceu o Atlético Paranaense por 2 a 0 nesta quinta feira (09) na Arena de Itaquera. O jogo marcou o recorde de público do Timão jogando em casa neste Brasileirão, com mais de 32 mil pagantes, que puderam assistir mais uma boa atuação do meia Jádson, melhor jogador da equipe na temporada, responsável por uma assistência e um gol no triunfo do alvinegro que agora assumiu a quarta colocação e entrou de vez no G-4.

O jogo começou com Tite colocando seu time para frente e escalada no 4-1-4-1 (figura abaixo), a equipe repetiu a formação inicial das ultimas duas partidas. Nos confrontos, o Timão venceu a Ponte Preta em casa por 2 a 0 e empatou com o Goiás no Serra Dourada em 0 a 0. O treinador corinthiano parece ter encontrado seu esquema tático ideal, focado no meio de campo da equipe: marcação e boa saída de bola pelo centro com Bruno Henrique, mobilidade de Elias e visão de jogo de Renato Augusto e Jádson.

Já Milton Mendes escalou seu time no 4-2-3-1 (figura abaixo), formação que vem utilizando desde que chegou ao clube. Com boa campanha, o esquema do Furacão tem como destaque o meia esquerda Nikão e o volante Otávio. Nikão é atacante de origem, mas foi adaptado à meia esquerda pelo treinador atleticano, algo que parece estar sendo feito também com Malcom no Corinthians. Já Otávio, tem apenas 21 anos e é um dos maiores ladrões de bola do torneio.

Timão no 4-1-4-1: Mobilidade e criação de jogadas no meio de campo são destaque. Furacão no tradicional 4-2-3-1
 

Com a bola nos pés, o rubro negro mantinha-se no 4-2-3-1 (figura abaixo) e a única mudança era a postura mais ofensiva da equipe, além do avanço do volante Hernani. Já o Corinthians, marcava no mesmo 4-1-4-1 (figura abaixo), mas que podia tornar-se um 4-2-3-1, dependendo de onde o ataque o Atlético estava com a bola e do posicionamento de Elias, que podia voltar para fazer uma marcação mais recuada.

Elias determina marcação no 4-2-3-1 ou 4-1-4-1. Atlético usa o mesmo esquema para atacar ou defender

Sem muitas chances criadas, o jogo ficou muito travado no meio de campo até que o mérito dos treinamentos de Tite apareceu. Em jogada ensaiada, Fágner cobrou o lateral para Gil, que antecipou a marcação em direção ao primeiro pau e desviou a bola para trás. Jádson dominou, fez bem o giro e cruzou para Elias empurrar para as redes: 1 a 0 Timão.

Jogada muito bem ensaiada pelo Corinthians: Gil desvia a bola no primeiro para trás e Jádson cruza para Elias

A bola passava a maior parte no meio de campo, e após sofrer o gol, Milton Mendes deu mais liberdade para seus volantes avançarem e Nikão e Marcos Guilherme chegarem à frente. Entretanto, a marcação corinthiana, muito bem armada por Tite (figura abaixo), impedia qualquer avanço do Furacão, que era obrigado a finalizar de fora da área, mas não levava grande perigo à Cássio.

Tite arma bem a sua equipe e impede que que o Atlético entre na área

Assim como a escalação inicial do Timão foi mantida pela terceira vez, as substituições também não mudaram muito. Na segunda etapa, Danilo entrou no lugar de Vágner Love e Bruno Henrique deu lugar a Ralf. A troca dos volantes não alterou o time em campo, mas a entrada de Danilo fez com que o time jogasse sem uma referência ofensiva no ataque (figura abaixo), função que se alternava entre o camisa 20 e Renato Augusto. No Furacão também não houve mexidas táticas e Milton Mendes trocou o garoto Marcos Guilherme pelo meia Bady.

No segundo tempo, Vágner Love saiu e Timão ficou sem uma referência ofensiva

O Corinthians chegou ao segundo gol e matou a partida novamente com a participação de Jádson. O camisa 10 tentou mais uma assistência em cobrança de falta, mas a bola não foi desviada por ninguém e acabou no fundo da rede do goleiro Wéverton.

O curioso é que Jádson, hoje o jogador mais decisivo e regular de todo o elenco, poderia ter saído do clube no início do ano, quando não passava por uma boa fase e recebeu uma proposta para ir jogar na China, mas escolheu permanecer no Timão. Bom para o alvinegro que agora entrou no G-4, ou como diria Tite, "está no bolo para dar o sprint final."