sexta-feira, 3 de julho de 2015

Análise tática: Corinthians vence a Ponte Preta

Primeiro tempo tem poucas emoções, mas na segunda etapa o Timão se fechou, levou sufoco, apostou no contra ataque e matou o jogo


Foi sofrido, mas o Corinthians venceu a Ponte Preta por 2 a 0 em Itaquera e se aproximou ainda mais do G-4. Agora, apenas um ponto separam o Grêmio, quarto colocado, do Timão, que é o sexto. A vitória foi importantíssima não só pelos três pontos, como também para a afirmação de uma "nova" equipe que, pouco a pouco, Tite vai formando.

O treinador corinthiano promoveu a volta do selecionado Elias ao time titular. Mesmo antes da Copa América, quando o volante só era convocado para amistosos, Tite já o deixava no banco de reservas por conta do imbróglio envolvendo sua possível saída do clube. Fágner também voltou após suspensão e Malcom foi mantido entre os 11 iniciais.

O time entrou em campo armado em um 4-1-3-2 (figura abaixo), sendo que Bruno Henrique era o único homem à frente da zaga, o que deu muito mais qualidade à saída de bola alvinegra na posição que costumava ser de Ralf. A linha de três no meio se movimentava bastante e, ao avançar, era comum ver Jadson na faixa central do campo enquanto Elias passava às costas do camisa 10.

Corinthians armado no 4-1-3-2 e com muita movimentação no meio de campo

Já a Ponte Preta tinha um único esquema tanto para ataque, quanto para defesa.: o 4-2-3-1 é o desenho tático preferido de Guto Ferreira e o treinador não o alterou para esta partida. Sem a bola nos pés (figura acima), a Macaca aproximava sua linhas e a dupla Biro Biro e Felipe Azevedo ficava responsável por impedir as descidas dos laterais Fágner e Uendel, respectivamente. Na parte central do campo, Josimar e Fernando Bob tinham muito trabalho tentando minar a criação de jogadas alvinegras, que passava pelos pés de Elias, Renato Augusto e Jádson.

Sem a bola, Tite também recuava as linhas do Timão e o time virava um 4-1-4-1 (figura abaixo). O objetivo claro, era não dar espaços para a Ponte Preta, principalmente pelas laterais, onde a Macaca é muito perigosa. Pela direita Fágner e Jádson não davam espaço para Biro Biro e pela esquerda, Uendel e Malcom faziam o mesmo. A Ponte, como não subia tanto com seus laterais, se via presa no campo defensivo.

Corinthians sem a bola alternava para um 4-1-4-1, enquanto a Ponte mantinha seu esquema

Tite sabia que fechadinho, poderia roubar a bola e partir em um contra ataque com vantagem numérica, o que permitiria ao Corinthians abrir o placar. A estratégia ocorreu quase como o planejado, mas funcionou exatamente como o esperado. Foi Vágner Love quem roubou a bola ainda no campo de defesa, Renato Augusto puxou o contra ataque e Elias fez a assistência. Ataque em bloco, 1 a 0 Timão.

Mesmo com Love tendo roubado a bola na defesa, Timão atacou em bloco e Jádson fez o papel do centro avante

Na segunda etapa, o jogo ficou ainda mais com a cara de Tite: Timão recuado e Ponte Preta pressionando e perdendo diversas oportunidades. O Corinthians estabeleceu de vez o 4-1-4-1 (figura abaixo), mas não conseguia fazer a transição durante o contra ataque para matar o jogo e a Macaca foi para o tudo ou nada, passando a jogar em um esquema "kamikaze", ou mata ou morre. E morreu.

Ponte Preta foi pro tudo ou nada, mas acabou levando o segundo gol

Em um dos poucos contra ataques corinthianos no segundo tempo, Mendoza tabelou com Jádson e o camisa 10 tentou uma enfiada para Vágner Love fazer o gol. O passe foi errado, mas desta vez o centro avante estava na área e contando com uma bobeira de Fernando Bob, recuperou a bola e sacramentou a vitória do alvinegro.

Foi no sufoco, com Gil tirando uma bola em cima da linha quando o jogo ainda estava 1 a 0, mas é assim mesmo que a torcida gosta. Ponto para Tite por ter colocado Elias de volta aos titulares, o volante/meia dá nova vida ao meio de campo corinthiano, e ponto para Malcom por mais um bom jogo para se firmar de vez. Três pontos para o Corinthians.