Análise tática: Corinthians vence a Ponte Preta
Primeiro tempo tem poucas emoções, mas na segunda etapa o Timão se fechou, levou sufoco, apostou no contra ataque e matou o jogo
Foi sofrido, mas o Corinthians venceu a Ponte Preta por 2 a 0 em Itaquera e se aproximou ainda mais do G-4. Agora, apenas um ponto separam o Grêmio, quarto colocado, do Timão, que é o sexto. A vitória foi importantíssima não só pelos três pontos, como também para a afirmação de uma "nova" equipe que, pouco a pouco, Tite vai formando.
O treinador corinthiano promoveu a volta do selecionado Elias ao time titular. Mesmo antes da Copa América, quando o volante só era convocado para amistosos, Tite já o deixava no banco de reservas por conta do imbróglio envolvendo sua possível saída do clube. Fágner também voltou após suspensão e Malcom foi mantido entre os 11 iniciais.
O time entrou em campo armado em um 4-1-3-2 (figura abaixo), sendo que Bruno Henrique era o único homem à frente da zaga, o que deu muito mais qualidade à saída de bola alvinegra na posição que costumava ser de Ralf. A linha de três no meio se movimentava bastante e, ao avançar, era comum ver Jadson na faixa central do campo enquanto Elias passava às costas do camisa 10.
Já a Ponte Preta tinha um único esquema tanto para ataque, quanto para defesa.: o 4-2-3-1 é o desenho tático preferido de Guto Ferreira e o treinador não o alterou para esta partida. Sem a bola nos pés (figura acima), a Macaca aproximava sua linhas e a dupla Biro Biro e Felipe Azevedo ficava responsável por impedir as descidas dos laterais Fágner e Uendel, respectivamente. Na parte central do campo, Josimar e Fernando Bob tinham muito trabalho tentando minar a criação de jogadas alvinegras, que passava pelos pés de Elias, Renato Augusto e Jádson.
Sem a bola, Tite também recuava as linhas do Timão e o time virava um 4-1-4-1 (figura abaixo). O objetivo claro, era não dar espaços para a Ponte Preta, principalmente pelas laterais, onde a Macaca é muito perigosa. Pela direita Fágner e Jádson não davam espaço para Biro Biro e pela esquerda, Uendel e Malcom faziam o mesmo. A Ponte, como não subia tanto com seus laterais, se via presa no campo defensivo.
Corinthians sem a bola alternava para um 4-1-4-1, enquanto a Ponte mantinha seu esquema
Tite sabia que fechadinho, poderia roubar a bola e partir em um contra ataque com vantagem numérica, o que permitiria ao Corinthians abrir o placar. A estratégia ocorreu quase como o planejado, mas funcionou exatamente como o esperado. Foi Vágner Love quem roubou a bola ainda no campo de defesa, Renato Augusto puxou o contra ataque e Elias fez a assistência. Ataque em bloco, 1 a 0 Timão.
Mesmo com Love tendo roubado a bola na defesa, Timão atacou em bloco e Jádson fez o papel do centro avante
Na segunda etapa, o jogo ficou ainda mais com a cara de Tite: Timão recuado e Ponte Preta pressionando e perdendo diversas oportunidades. O Corinthians estabeleceu de vez o 4-1-4-1 (figura abaixo), mas não conseguia fazer a transição durante o contra ataque para matar o jogo e a Macaca foi para o tudo ou nada, passando a jogar em um esquema "kamikaze", ou mata ou morre. E morreu.
Ponte Preta foi pro tudo ou nada, mas acabou levando o segundo gol
Em um dos poucos contra ataques corinthianos no segundo tempo, Mendoza tabelou com Jádson e o camisa 10 tentou uma enfiada para Vágner Love fazer o gol. O passe foi errado, mas desta vez o centro avante estava na área e contando com uma bobeira de Fernando Bob, recuperou a bola e sacramentou a vitória do alvinegro.
Foi no sufoco, com Gil tirando uma bola em cima da linha quando o jogo ainda estava 1 a 0, mas é assim mesmo que a torcida gosta. Ponto para Tite por ter colocado Elias de volta aos titulares, o volante/meia dá nova vida ao meio de campo corinthiano, e ponto para Malcom por mais um bom jogo para se firmar de vez. Três pontos para o Corinthians.