segunda-feira, 27 de julho de 2015

(G -) 4 a 1 foi pouco!

Análise Tática: (G-) 4 a 1 foi pouco!

Palmeiras goleia o Vasco em São Januário e, 47 rodadas e mais de um ano depois, volta ao G-4. Cruzmaltino continua na zona da degola


O Palmeiras goleou o Vasco da Gama jogando em São Januário para pouco mais de 14 mil pagantes no estádio. Antes do jogo, as duas torcidas davam um espetáculo a parte, mas com a bola rolando, o lado Cruzmaltino se calou e o clima de euforia tomou conta dos palmeirenses. 4 a 1, um show na arquibancada e um futebol cada vez mais competitivo dentro das quatro linhas.

O alviverde começou o jogo com tudo e com apenas 3 minutos já abriu o placar. O momento e a forma como ocorreu o gol dava um panorama de como seria a partida, uma pressão palmeirense desde o início e o problema vascaíno em sair jogando com a bola nos pés. Marcação no campo de ataque, Gabriel retomou a bola ainda antes do Cruzmaltino ultrapassar o meio de campo, Arouca conduziu a bola e fez o passe para Leandro Pereira que cortou para o pé direito e bateu bem de fora da área, fazendo 1 a 0 para o Verdão.

Gabriel rouba a bola,  Arouca recebe passe de Robinho e toca para Leandro Pereira finalizar de fora da área

Armado no 4-4-2 (figura abaixo) o Vasco sofria com a saída de bola desdo o primeiro minuto de jogo. Celso Roth optou por abandonar o esquema com três volantes e manter apenas dois, mas ao contrário da opinião da grande mídia, na minha visão o problema não passou pela ausência de mais um homem de contenção, e sim na característica dos dois em campo.


Guiñazu e Anderson Salles são dois volantes que tem como característica principal - talvez única - a marcação, o que deveria permitir uma segurança defensiva, mas acabava "prendendo" o Vasco em seu próprio campo. Anderson inclusive é zagueiro de origem e se destacou pelo Ituano campeão paulista de 2014 na final contra o Santos. No caso do Verdão, Marcelo Oliveira repetiu sua formação padrão no 4-2-3-1 (figura abaixo) e ao contrário de Roth, o time de Marcelo jogava com dois volantes marcadores e com qualidade no passe.

Robinho "isolado" entre os volantes vascaínos. Movimentação dos três meias permitiu criação de jogadas

A pressão continuou e o Palmeiras só trocou bola entre seus zagueiros aos 15 minutos da primeira etapa e 2 minutos depois, o Verdão já fazia seu segundo gol. Dudu abriu a bola na esquerda para Egídio, o camisa 66 levantou a bola na área para Leandro Pereira que disputou a jogada aérea com o goleiro Martín Silva, o uruguaio socou errado e Dudu pegou o rebote de primeira estufando as redes.

A primeira finalização - pra fora - do Vasco só ocorreu aos 23 minutos e foi a primeira vez que pôde se observar o sistema ofensivo de Celso Roth e defensivo de Marcelo Oliveira. O Cruzmaltino se postava no 4-2-2-2 (figura abaixo) e sofria com a falta de um homem mais centralizado no meio de campo, enquanto o Verdão se posicionava no 4-4-2 (figura abaixo) com Robinho mais avançado na mesma linha de Leandro Pereira, o mesmo esquema de marcação vascaíno.

Verdão pressionando a saída de bola e Vasco preso na defesa

O jogo ficou morno até os 34 minutos quando, em nova falha de Martín Silva e Aislam, o Verdão matou o jogo. Cobrança de falta de Egídio pela esquerda, o goleiro Cruzmaltino furou o soco pelo alto e a bola bateu em Aislan antes de sobrar para o zagueiro Victor Ramos empurrar para o gol. Pouco mais de 30 minutos de jogo e o alviverde já resolvia a partida. Na primeira etapa ainda houve tempo para Herrera perder o gol mais feito do ano, debaixo das traves e depois de driblar o goleiro.

Acredite, Herrera foi capaz de perder esse gol!

No intervalo, o Vasco voltou à campo com três mudanças de uma só vez, o que levantou polêmica sobre quem escolheu os jogadores que deixariam a equipe. Isso porque, ainda durante o primeiro tempo, Eurico Miranda deixou as tribunas de São Januário, de onde costuma assistir aos jogos do Vasco, e cogitou-se o fato de o presidente Cruzmaltino ter ido ao vestiário e comandando as mudanças para o segundo tempo. Celso Roth - obviamente - negou o caso na coletiva pós jogo, mas o fato de Aislam e o goleiro Martín Silva terem ficado no vestiário após falharem em dois gols alviverdes, por não ser uma atitude normal, contribuiu ainda mais para a polêmica.

Jordi, goleiro da base vascaína foi à campo na segunda etapa e aos 6 minutos de jogo, parou Robinho no que seria mais um gol palmeirense. Entretanto, aos 9, o garoto não foi suficiente para impedir Leandro Pereira de fazer 4 a 0 para o verde. Em jogada ensaiada, Robinho bateu a falta rápido para Rafael Marques, que se movimentou muito bem e tentou o cruzamento, a bola bateu na zaga alvinegra e voltou para Robinho, que deu um lindo giro e cruzou de canhota na cabeça do camisa 17 palmeirense.

Jogada ensaiada do Verdão deu errado, mas funcionou

Durante todo o resto da segunda etapa, poucas chances ocorreram, mas ainda houve tempo para Riascos fazer o gol de honra vascaíno. John Cley fez um ótimo passe para o colombiano entrar nas costas de Egídio e rolar a bola por baixo de Fernando Prass, nada que abalasse a festa alviverde na arquibancada.

O resultado negativo, terminou com uma sequência de três vitórias seguidas do time de Celso Roth que segue preso na zona de rebaixamento e precisando de 4 pontos para deixar o grupo dos quatro últimos colocados. E ao contrário do que diz o treinador, "as coisas ainda podem piorar", já que a próxima partida é contra o segundo colocado Corinthians na Arena de Itaquera.

Já a vitória do Verdão, colocou clube no G-4 pela primeira vez desde a sexta rodada de 2014, ainda sob o comando de Alberto Valentim, interino que ocupava o cargo que viria a ser assumido pelo argentino Ricardo Gareca. As perspectivas são ótimas no Verdão, e até aqueles desacreditados pela torcida, como Leandro Pereira, começaram a jogar bem. A concorrência do recém contrato Lucas Barrios parece ter feito bem ao centroavante, que já marcou 5 gols nas últimas três partidas. É o Palmeiras no G-4 e buscando algo mais.