quinta-feira, 2 de julho de 2015

Análise tática: O Palmeiras de Marcelo Oliveira

Análise tática: O Palmeiras de Marcelo Oliveira

Verdão vence a Chapecoense com tranquilidade e já apresenta mudanças táticas com o novo treinador


O Palmeiras venceu a Chapecoense por 2 a 0 em mais uma partida com casa cheia no Allianz Parque. Essa foi somente a primeira vez que o Verdão vence duas seguidas na competição e os gols de Egídio e Cristado fizeram com que o clube encostasse no G-4.

O alviverde começou o jogo embalado pela goleada por 4 a 0 sobre o São Paulo no domingo e tentou imprimir no duelo contra a Chape algumas características que funcionaram no clássico. No campo ofensivo, o Palmeiras se armou com o tradicional 4-2-3-1 de Marcelo Oliveira, mas que para furar o bloqueio dos catarinenses, contava com ainda mais movimentação dos três homens de meio de campo.

Chape fechadinha no 4-1-4-1. Palmeiras se movimentando muito no meio de campo

Robinho, Dudu e Rafael Marques, apesar de terem posicionamentos definidos no esquema tático, trocavam de posição a todo o momento, cumprindo também uma exigência de Marcelo Oliveira para sua equipe: a presença de dois homens na área, justamente para aproveitar as descidas e os cruzamentos de Egídio e Lucas, que ofensivamente esteve mais participativo do que no Choque-Rei. Entretanto, o Palmeiras não conseguiu repetir a mesma efetividade e desperdiçou diversos contra ataques na primeira etapa.

A Chapecoense se defendia com a formação 4-1-4-1 (figura acima), sendo que no trio de volantes do meio de campo, Elicarlos atuava bem recuado, quase como um terceiro zagueiro. Quando tinha a pelota, o esquema era alterado para um 4-3-2-1 (figura abaixo) e era pelo esquerdo que a Chape mais levava perigo. O lateral Dener Assunção foi bem no apoio e a movimentação do meia Camilo foi um dos poucos pontos positivos na equipe catarinense.

Ao contrário da ultima partida contra o Tricolor, o Verdão marcou no mesmo 4-1-4-1 ( figura abaixo) utilizado pela Chapecoense e até abrir o placar, tinha 64% da posse de bola. Porém, depois de ter a vantagem no marcador, o alviverde optou por recuar as linhas e marcar apenas em seu campo defensivo, o que equilibrou a posse de bola.

Palmeiras com uma formação defensiva diferente da usada no clássico

O primeiro gol palmeirense é símbolo da movimentação exigida por Marcelo Oliveira. Leandro Pereira está na área junto com Robinho, enquanto Rafael Marques e Dudu se posicionam mais abertos. No lance, Dudu ajeita para Egídio chutar de esquerda e o lateral conta com um desvio na zaga para inaugurar o placar.

 Centro avante nunca está sozinho dentro da área

Com a entrada de Zé Roberto, pela condição física do meia, o Palmeiras novamente voltou a marcar posicionado no 4-1-3-2, assim como fez contra o São Paulo. Pouco depois, foi a vez de Cristaldo, o talismã verde, deixar o banco de reservas para dar nova movimentação ao ataque palmeirense.

O argentino não ficou fixo à frente e, diferente de seu concorrente Leandro Pereira, participou da troca de posições dos três homens de meio campo. Foi justamente dessa forma que o Verdão chegou ao segundo gol, que sacramentou a vitória: Cristaldo saiu da área para buscar o jogo, enquanto os meias Zé Roberto e Robinho entraram esperando pelo cruzamento. O camisa 9 inverte a bola para Egídio e já corre para a pequena área, onde com oportunismo, fez mais um gol com a camisa do Palmeiras.

 Presença dos meias na área permitiu que Cristaldo aparecesse sozinho na área

A presença de homens na área é importantíssima por dar opções para cruzamentos de Lucas e Egídio, além de atrair a marcação para dentro da área, o que permite que outros atletas finalizem de média distância e foi assim que surgiram os primeiro gols nos últimos dois jogos, contra São Paulo e Chapecoense. Prova de que, mesmo com pouco tempo de trabalho, Marcelo Oliveira já conseguiu fazer sua equipe evoluir e apresentar um melhor futebol, não sob um novo esquema tático e sim com uma nova forma de atuar com ele.