domingo, 12 de julho de 2015

Análise tática: Santos vence o Figueirense na Vila

Na estreia de Dorival, Peixe faz 3 a 0, quebra jejum de quatro jogos sem vitória e deixa a zona de rebaixamento



O Santos venceu o Figueirense por 3 a 0 ontem (11) na Vila Belmiro com pouco mais de 8 mil pagantes. A partida foi estreia do técnico Dorival Júnior no comando santista e encerrou um jejum de quatro jogos sem vitória da equipe santista. Além disso, o Peixe deixou a zona de rebaixamento, assumindo a décima quinta colocação e agora aguarda os jogos de Internacional e Avaí para saber se terminará a rodada fora do Z-4.

Técnico novo, escalação nova. Dorival Júnior promoveu a volta de Victor Ferraz à lateral direita e as entradas dos garotos Zeca, na lateral esquerda e Paulo Ricardo, zagueiro que foi improvisado como volante. Quanto ao esquema tático, o 4-2-3-1 (figura abaixo) de Marcelo Fernandes foi mantido, mas além das mudanças nos nomes, ocorreram trocas no posicionamento, como a inversão de Gabriel e Geuvânio, que passaram a jogar na meia direita e esquerda respectivamente.

Já o Figueirense de Argel Fucks, veio armado no 4-4-2 (figura abaixo), com dois meias abertos, Yago e Rafael Bastos e dois volantes centrais, Fabinho e Paulo Roberto. Já os dois homens de frente, Everaldo e Thiago Santana tinham funções diferentes quando a equipe tinha de marcar: Everaldo ficava mais estático na frente e apenas tentava impedir o avanço de Thiago Maia e pressionar os zagueiros, enquanto Thiago Santana voltava para preencher o meio de campo e acompanhar as descidas de Victor Ferraz ao ataque.

Santos com muita movimentação no ataque e armado no 4-2-3-1

O Figueira não conseguia criar oportunidades e sofria com a pressão do Santos, que criava diversas chances de gol. O problema na criação da equipe de Argel passava por dois motivos relacionados: a falta de um jogador de criação no meio de campo e a presença de Paulo Ricardo improvisado no setor (figura abaixo). O zagueiro/volante foi fundamental para preencher um espaço vazio na intermediária defensiva do Santos, o que impedia o Figueira de criar oportunidades de gol pelo centro, enquanto que nas laterais, a marcação de Geuvânio e Gabigol também dificultava a origem de lances perigosos.

Figueirense só finalizou com perigo aos 28 da segunda etapa. Falta de um meia dificultou a criação de jogadas

Com tamanho domínio santista, não demorou para o peixe abrir o placar. Lucas Lima bateu o escanteio fechado, Felipe não cortou e Gabriel finalizou na trave. Na sequência, David Braz acertou o chute e estufou as redes, 1 a 0 Santos. O alvinegro ainda criou mais duas oportunidades antes do final do primeiro tempo, com um chute de Thiago Maia de fora da área e uma tabela entre Ricardo Oliveira e Geuvânio, na qual o camisa 11 finalizou para fora.

Na segunda etapa, as oportunidades continuavam a aparecer e com apenas 20 segundos, Lucas Lima ampliou a vantagem. Na jogada, é possível ver o triângulo santista (figura abaixo) formado por Lucas Lima, Ricardo Oliveira e Gabigol, que se movimentou da meia direita para dentro da área, assim como exemplificado no esquema tático do ataque santista (primeira figura).

No segundo gol do Santos, é possível o triângulo formado por Lucas Limas, Ricardo Oliveira e Gabigol

Com a 2 a 0 no placar, só restou a Argel lançar toda a sua equipe ao ataque, dando margem para o contra ataque santista. e o resultado não poderia ser outro. Ataque pela direita com Victor Ferraz, que fez um bonito drible em Marcos Pedroso e cruzou para Gabigol fechar o placar na Vila mais famosa do mundo.

Méritos para Dorival por ter apostado em Zeca para a lateral esquerda e promovido o retorno de Victor Ferraz à direita. O garoto estava próximo de deixar o clube e ser emprestado para um time dos EUA, enquanto Victor Ferraz havia perdido a posição por opção técnica.

O novo treinador também inovou e fez ótima escolha ao improvisar Paulo Ricardo como primeiro volante - o jogador tomou conta do setor - e ao mesmo tempo não inventar e fazer o simples, colocando Geuvânio e Gabigol para atuar da forma com que jogavam na base santista. Ótimo início de Dorival nesta volta ao Santos e o peixe respira no campeonato.