quinta-feira, 9 de julho de 2015

Análise tática: Palmeiras vence o Avaí

Verdão chega ao quarto triunfo consecutivo e se aproxima do G-4. Jogo teve muitas alternativas táticas e novo esquema de Marcelo Oliveira


O Palmeiras venceu o Avaí por 3 a 0, nesta quarta feira(08) no Allianz Parque. Os mais de 36 mil pagantes assistiram ao quarto triunfo seguido do alviverde, que agora está muito próximo ao G4. Apesar dos três gols e da vitória, o jogo não foi tranquilo como o placar sugere.

O Palmeiras começou pressionando e, com menos de um minuto, Zé Roberto já havia desperdiçado uma chance clara de gol. O time de Marcelo Oliveira, pela primeira vez desde que assumiu o clube, não entrou armado em um 4-2-3-1 e sim no 4-2-1-3 (figura abaixo). Com a mudança, Dudu e Rafael Marques jogaram mais à frente e na mesma linha do centro avante Leandro Pereira, com Zé Roberto muito próximo aos três.

Já o Avaí de Gilson Kleina, não fugia do esquema 4-2-3-1(figura abaixo) e o atacante Anderson Lopes teve que se sacrificar como meia esquerda, voltando sempre para marcar. Sem a bola, enquanto o Verdão trocava passes entre os zagueiros, o volante Tinga avançava junto com William para tentar pressionar a saída de bola e fechar os espaços.

Marcelo de Oliveira não armou Palmeiras no 4-2-3-1. Buraco no meio impede a criação de jogadas

De início, a tática palmeirense deu certo e depois da pressão inicial, Rafael Marques abriu o placar com um golaço de canhota aos 8 minutos. Na jogada, Dudu ajeitou de calcanhar para Rafa, de fora da área, colocar a bola no ângulo. Mesmo após o gol, Gilson Kleina não expôs sua equipe e seguiu apostando nos contra ataques.

A postura defensiva do Leão da Ilha e o buraco no meio de campo (figura acima), dificultavam muito o jogo do Verdão, que sem alternativas para o passe, fazia ligação direta para o ataque, o que acabava propiciando o contra golpe avaiano.

Quando tinha a bola, Gilson Kleina alterava o posicionamento de sua equipe para um 4-2-2-2 (figura abaixo) que novamente contava com as subidas de Tinga, e dessa vez com Anderson Lopes como atacante, sua função de origem. O Palmeiras também alterava seu esquema para realizar a marcação, passando ao 4-1-2-2-1 (figura abaixo) que podia passar ao 4-1-4-1 dependendo do posicionamento dos pontas Rafael Marques e Dudu.

Avaí atacando no 4-2-2-2 e Palmeiras se defendendo numa variação de 4-1-4-1 e 4-1-2-2-1

O Avaí marcava muito bem e passava pouco tempo com a bola nos pés. O time até criou algumas chances para empatar o jogo em contra ataques, mas esbarrou nas finalizações erradas. Já o Palmeiras, sofria muito com a saída de bola, e o 4-2-1-3 escolhido por Marcelo Oliveira, só prejudicava isso, já que Rafael e Dudu participavam pouco do jogo, e menos ainda da criação de jogadas.

O jogo seguiu com poucas alternativas até a entrada de Kelvin no Palmeiras, já na segunda etapa. O atacante entrou no lugar de Zé Roberto, que não fez uma boa partida e com isso deslocou Rafael Marques para o meio e Dudu de volta para a meia esquerda: Era o 4-2-3-1 (figura abaixo) de volta.

Gilson Kleina também mudou sua equipe e promoveu a entrada de Renan Oliveira e Roberto, nos lugares de Rômulo e Claudinei (figura abaixo). Entretanto, Kleina não mudou sua equipe taticamente, optando por permanecer com o 4-2-3-1 quando não tinha a bola, a mudança foi apenas de posicionamento. Anderson Lopes foi para a direita, Tinga passou a ser um volante mais fixo e Renan Oliveira assumiu a criação da equipe.

Palmeiras retomou o 4-2-3-1 no segundo tempo

Com poucos minutos em campo, a mudança alviverde já surtiu efeito. Lucas cobrou a lateral para Dudu, que fez bem o giro em cima do lateral avainano Romário e tocou para Kelvin. De costas, o camisa 29 deu um lindo drible e cruzou para Lucas, que havia iniciado a jogada com um lateral, marcar de cabeça. Méritos para o capitão palmeirense, que acreditou na jogada até o final.

Lucas creditou na jogada até o final e apareceu como atacante pra fazer o segundo gol do Verdão

O Avaí se lançou desesperado para o ataque e pela primeira vez no jogo, o Palmeiras podia fazer o que faz de melhor: contra atacar. O time alviverde mantinha o 4-2-3-1 na marcação (figura abaixo), apostando na velocidade de Kelvin e Dudu. O Avaí copiava o esquema alviverde mas sem tanto espaço para o contra golpe, passou a sofrer com a pressão do Verdão.

Avaí tentando pressionar e possibilitando que o Palmeiras contra atacasse

Com muitas chances criadas, o Palmeiras chegou ao terceiro gol com o talismã Cristaldo. O argentino entrou no segundo tempo das ultimas 6 partidas e conseguiu balançar as redes 4 vezes. Muito festejado pela torcida, o atacante empatou com Rafael Marques como artilheiro do time na temporada com 12 gols.

Ainda houve tempo para Kelvin marcar o quarto gol palestrino, mal anulado pela arbitragem. O camisa 29 recebeu bom passe de Dudu e tocou de pé esquerdo na saída do goleiro Vágner. A bola já havia entrado inteira quando Emerson, zagueiro do Avaí, afastou com um carrinho. Além do mérito de Kelvin e de um erro crasso da arbitragem, o lane mais uma vez como destaque Lucas, que parece ter assumido de vez a tarja de capitão. Após a anulação errônea, Dudu foi reclamar com o bandeirinha e o camisa 32 palmeirense imediatamente interviu, tirando Dudu de perto do auxiliar.

Gol mal anulado e Lucas exercendo seu papel de capitão

O quarto triunfo seguido cumpre a meta estabelecida em um pacto entre jogadores e comissão técnica ainda em Atibaia, antes do clássico contra o São Paulo. 12 pontos em 12 jogos foi o que o elenco e Marcelo Oliveira definiram para a sequência no campeonato, prevendo que isso permitiria ao time encostar no grupo dos 4 primeiros. Tarefa cumprida e o time cada vez mais vai se parecendo com sua torcida: confiante desde o início do campeonato.